domingo, 21 de abril de 2013

gorjeios... ()

Se o pássaro gorjeia firme lá fora, por que aqui lês o mísero livro?

No livro me dou por livre e dos muitos fantasmas fujo, me livro. A esquálida concreta realidade cega um olho meu e lacrimeja outro. Que o pássaro bata então suas asas e corteje o céu azul; eu na penumbra dou segmento à vida, banhando-me em outras naturezas vividas, cujos sóis já não mais tanto ardem, já não mais machucam tanto a retina, mas assim mesmo penetram fundo.

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