domingo, 30 de dezembro de 2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A pata ()

(à pequena pedinte da Alameda Santos)

Muitos acham
a pata estranha,
chegada numa patranha.

Muitos acham
a  pata inquieta,
com jeito de pateta.

Muitos acham
a pata panaca,
nem vale meia-pataca.

Muitos acham
a pata à-toa,
até sua patroa.

E muitos dizem:
– A Pata é danada,
merece é patada!

Nem percebem
a pata magoada,
com essa patacoada.

Só o pato,
nada patola,
acha a pata divina,
 pois dela sabem patavina.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

refugos de natal... ()

Eles se prestam ao imprestável. Eles catam e se servem do que para os bem-aventurados perdeu serventia...

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

amores...

Aguiar se banhou, penteou, perfumou. Mas suas pretensões foram  enfrentadas com  deslavada ironia. 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal ()

Hô! Hô! Hô!
Por que lhes ofereço singelos desenhos em meio às tormentas, às muitas tempestades deste mundo?
Hô! Hô! Hô!
É apenas para desanuviar a vida com um leve mormaço de alegria!

anseios...

Ele anseia por quem lhe molhe os lábios com toscos ou nobres vinhos...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Ausência...

(para Adelaide)

"O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?"
Fernando Pessoa






Com o devido complemento (em 17/01/2013):
"As cousas não tem significação: tem existência.  
As cousas são o único sentido oculto das cousas".

sábado, 22 de dezembro de 2012

Discursos... ()

"A despeito de ocorrências isoladas, as estatísticas não nos permitem  inferir recrudescimento da violência...".


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boiadas... ()

Muuuú!Muuuuú!Muuuuú! Mugiu o boizinho amuado, se achegando à companheira.
A vaca de pronto reagiu: "larga animal de evasivas e onomatopeias! Acaso não notei que retornas alta hora pro curral?"

boiadas... ()

No calor da discussão, o boi falou o que não devia:
"Sou eu que me mato puxando carroça e muitos fardos!"
A vaca não perdeu a deixa:
"É, mas quem garante o leite das crianças?"
E deixou ali o parvo, toda-toda, balançando as tetas. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Mundo cão ()

Pulgas desnaturadas
habitavam vasto mundo:
um cão!

Por generoso,
pródigo,
o cão foi vítima de
explosão demográfica
e abuso generalizado.

E pulgas a não acabar mais
exploraram a geografia canina
até seus extremos mais frios:
do focinho à ponta do rabo.

Avidez e engenho
levaram as pulgas a
técnicas mais invasivas
em busca do sangue alheio.

Impiedosas,
nem tiveram cuidado
com produção ou
consumo sustentado.

E picaram
espicaçaram
furaram o cão,
até a prospecção
chegar ao coração.

Na sangria,
não se deram conta
da devastação.
Achavam natural
que a pujança das pulgas
arruinasse o cão.

Tempos depois,
a ciência das pulgas
revelou mudança
na temperatura canina.
E realmente quem o viu,
notou-o levemente febril.
Seria reação
a tanta agressão
à natureza do cão?

Polêmico,
o fenômeno foi tido,
entre outras coisas,
à derrubada do pêlo do cão,
iniciativa das pulgas
para melhor exploração.

Logo,
 a situação ficou insustentável:
tosses, soluços,
espasmos, convulsões.
Pêlo desgrenhado,
andar estropiado,
olhar enviesado
indicaram esgotamento do cão.

Sobressaltadas,
algumas pulgas,
aos saltos,
passaram a clamar:
- save the dog!
- save the dog!
- save the dog!

Esperam
que ainda haja salvação.
Se não,
será,
para o cão, danação,
para as pulgas,
o fim da picada!

Inácio, o galináceo

Ciscando prestígio na granja, o galináceo Inácio larga a crista assim meio de lado, igual franja.  

O pato e o papagaio ()

O pato foi pego no ato
bicando um carrapato.

– Currupaco paco paco,
currupaco paco paco,
o pato foi pego no ato,
quase mata o carrapato!

Pego no ato,
o pato grasnou,
de soslaio,
mas direto ao papagaio:

– De fato, quase mato o carrapato.
Contrariado, deixo isso de lado,
pois arrumo maior querela
com um certo tagarela!

Paraíso...

Ele só quer alguém que o leve ao  Paraíso...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Riva...

Rareavam então os títulos do Corinthians, mas Riva jogava tudo.


um rosto na cidade...


A dieta da bruxa

A dieta da bruxa

A bruxa,
coisa esquisita,
estava inconformada:
tinha pouco colesterol
e nenhuma gordura localizada.

Transtornada,
preparou dieta balanceada:
olho de piolho,
joelho de coelho,
bigode de bode,
orelha de ovelha,
pêlo de camelo,
barriga de lombriga,
pata de pato,
peru de peru
e perereca... de perereca.
Por fim,
muito, muito sal
e nenhum vegetal.

Misturou e, mal educada,
comeu numa só bocada
aquela porcaria
(para ela iguaria).
Por fim, sorriu contente
em boca de um só dente
anunciando triunfal:
- que comida animal!

praia...

Seu marido a chamou pelo nome: Sara!  

praia...

Agnaldo transita de ponta a ponta da praia. Ele vende bebidas...

praia... ()


praia...

Êta rede enredada...

praia...


praia...

Ele não se abala pela pouca freguesia...

praia...

Quando não pesca, ele joga bola...

praia...

Ele espera paciente o ônibus...

praia...


sábado, 15 de dezembro de 2012

praia...


praia...

"Vez ou outra, isso aqui ainda dá peixe..."

praia...

O céu ainda azul azul, e ele frita o peixe...

praia...

"Aminduim! Aminduim! Aminduim..."

praia...

"Eu só quero uma sombrinha, uma sombrinha de coqueiro..."

praia...

"Mas que vento do cão..."

praia...

Quando não serve ao hotel, ela é vista na prainha...

praia...

Mas que diabos, com esse vento não dá pesca...

praia...

Ele procura, mas nada encontra no horizonte...

praia...

O bichinho corre solto na areia...

praia...

Ela quer o sol do meio-dia...

praia...



praia...

As cervejas e as frituras o alheiam dos encantos do mar...

praia...

Janete mora perto da praia, mas quase nunca põe os pés na areia...

praia...

Ele bebe e pesca peixes minúsculos...

praia...




praia...

Rochinha, sabor coco.

praia...

Sofia, pés na areia...

praia...