sábado, 28 de fevereiro de 2015

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A viva moça e a morta flor...

Que falta de senso mostra ter o sujeito em praça pública ao não ver à mão da moça buquês, ramalhetes de intensa florada, mas tão só uma única flor. Que falta de discernimento mostra ter o sujeito entre a multidão ao não ver que a moça só entre tantos tem em si tanta vida que toma a pálida flor por campo florido. Donde vem vigor assim, que dá ao olhar da moça brilhos muito além do que pode oferecer a mísera flor? Que tanto tem essa moça entre tantos que dá vidas à morta flor?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

a moça e a flor...

Qualquer um que dela estivesse próximo poderia perceber seu amável gesto, quando entre a multidão do bolso passou à mão a flor. Solitária e murcha flor à mão da moça, mas que a moça tinha por exuberante buquê. Murcha flor que reunia derradeira força para engraçar a moça com tantos aromas, com tão intensos perfumes que pareciam levar a moça a outros prados, muito distantes de onde concretamente se encontrava. Ali, todo o encanto do mundo à palma da mão.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

o homem do bigode... ()

Eis atrás do balcão o homem de bigode. O homem e seu bigode vozeiam que nada pode, que espere um momento, que pra cada ato um documento. Do guichê, ele anuncia: "Meu  momento é uma hora! Sem documento, senta e chora!". Tanto afinco finda às cinco: no bater do último carimbo se encerra todo processo. Vão-se embora o homem e seu bigode. Sobre o ombro do homem vai o peso de todo um protocolo, com ele também a pastinha de documentos, como um bebê ao colo.