quarta-feira, 31 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
Inácio, o galináceo ()
Inácio era chegado num
drama. Seu cacarejo elevava sentimentos
ao céu, dava arrepios até nas almas mais sensíveis. Diziam que seu canto anunciava
crepúsculos, não alvoreceres.
Vaidoso, Inácio tornava palco o
que era sujo poleiro, e prometia arte ao instintivo ofício de noticiar manhãs.
Queria sinceramente comover, dar voz às dores galináceas, aos penares dos
irmãos de penas. Pensava subverter o mecânico anunciar da aurora, lançar
luz sobre o viver dos galos, ver o mundo muito além da granja.
Seja por conta das pretensões ou
porque a vida é mesmo assim, Inácio foi para a panela. No último ato, estava
divino – pura arte dramática –, em sangrento banquete estendeu-se à mesa o
bardo, servido que foi ao molho pardo.
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sábado, 27 de outubro de 2012
pelos lados da Paulista...
pelas bandas do centro... ()
ao lado do mercado municipal...
ao lado do mercado municipal...
Clodô...
Clodoaldo é político desde criancinha. Quando pequeno, pleiteava maçãs e queijadinhas. Hoje, semeia promessas e colhe votos (além de tempestades). |
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
O cachorrão e o menininho
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Na rua, menininha com flor... ()
no balcão da lanchonete...
O rato ()
Rato boquiaberto ante o desprezo do gato, assíduo frequentador de pet shop e
que tem ração balanceada como certa e garantida.
"Por que então me cansaria em
tão tola carnificina?", segreda-lhe o felino.
Restou ao rato o reto caminho da
toca, convencido que a vida se lhe apequenara.
"Ainda mais que rato engorda", ouviu-se da toca a troça do
gato.
um rosto visto nem sei mais onde...
O monstro trelelé ()
Que monstro mais trelelé,
parece uma coisa mas não é!
parece uma coisa mas não é!
e focinho de camelo.
Ou se sente elegante
se penteia o cabelo?
Que monstro mais trelelé,
todo confuso ele é.
e a mão em tubarão.
Ou será o pé em tubaré
e a mão em jacarão?
Que monstro mais trelelé,
coisa boa é que não é,
Tem modos de palhaço,
e sabe dança-de-salão.
Ou umas vezes dá abraço,
noutras beliscão?
Que monstro mais trelelé,
muito faminto ele é!
Adora rabanete
mas prefere lamber sabão.
Ou será que curte sorvete,
quando tá um calorão?
Que monstro mais trelelé,
Bem estranho ele é!
Tem lombriga,
além de bicho-de-pé.
Ou será que gosta de briga
e também de cafuné?
Que monstro mais trelelé,
algo doido ele é!
É todo cheiroso,
com um baita dum chulé.
Ou fica dengoso,
quando ganha picolé?
Que monstro mais trelelé,
gosta da vida como ela é!
Da unha da formiga,
Ao chifre do rinoceronte.
Ou será que tem uma amiga
doutro lado daquela ponte?
Que monstro mais trelelé,
é bonito do jeito que é!
Tem só um dente,
mas é muito atraente.
Ou num dia tá carente,
noutros muito contente?
Que monstro mais trelelé,
um tanto humano ele é!
Não é parente,
mas parece com a gente.
Ou será que é a gente,
só que um pouco diferente?
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
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