(Para Sofi)
De manhã,
não tão cedinho,
a preguiça
abraça a menininha.
A mãe chama,
e a garotinha,
ainda na cama,
aperta dona preguiça.
De repente,
se apruma,
pede leite, pede pão,
de mãos dadas com o leão!
E se arruma pra escola.
Uma meia de cada cor,
uma saia, uma bota,
em agarros com a marmota!
Rumo ao colégio,
chuta pedra, garrafa,
arma maior barraco.
Em seu ombro, o macaco!
Nas lições,
tira (quase) dez,
com elogios de lambuja.
Em seu colo, a coruja!
No recreio,
sebo nas canelas,
Band-aid no joelho.
Que abraço no coelho!
Já em casa,
arroz, feijão e
outras coisas, até chuchus.
Colada nela, o avestruz!
Depois do almoço,
mel, bala, sorvete
e mais o que der na telha.
Em seu nariz, a abelha!
Já de tarde,
pés no chão, quanta poeira,
igual rodamoinho.
Em seus braços, o porquinho!
E continua a brincadeira,
dança, canta, grita,
qualquer música ataca.
E faz carícias na maritaca!
Estende a tarde,
pula, corre,
e sonha com seu mundinho.
Em suas mãos, o passarinho!
Quase escuro,
atende à mãe, volta pra casa,
larga de arte, de geringonça.
Em suas costas, dona onça!
Toda sujinha,
vai pro banho
em pose de marajá.
No colo, o gambá!
Ao jantar,
impaciente,
clama pela bóia.
Enrolada nela, a jibóia!
Após comer,
escovar os dentes,
quanta moleza, quanta ruga,
e aperta a tartaruga!
Já é tarde,
vai pra cama, choro,
berro, qual enterro.
Em seu colo, o bezerro!
Sob as cobertas,
quer tevê
e não sossego.
Em seus braços, o morcego!
Ao fim do dia,
a família está cansada.
Ai, como é abraçada,
como é amada essa guria!
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