Pelas galerias, a moça por
um momento descansou o andar e riu à larga do fotógrafo louco, que bem
enquadrava gentes, como também bem enquadrava paisagens, onde gentes, sempre
gentes, se pegavam soltas, despossuídas de poses e posses, esquadrinhadas em
ângulos rasos e obtusos. E, de repente, na banca de bonecas, entre rostos de
bonecas, surge sabe-se lá de onde o rosto da criança e brota o riso largo de menina. Como flash, o
solto riso ilumina a galeria e fixa a graça do momento. Ainda com olhos ardidos
pela luz emanada do riso, o observador se rendeu às nuanças dos claros e
escuros, à cadência de risos e reflexões da moça e desejou adiantar três passos,
três poucos passos, – sem a ousadia de fazer do desejo ato – e murmurar às
orelhas que se compunham tão bem com a boca de largo riso: “Você é bonita...”.
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