quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Cravos... ()

(provocando a pequenaestilista1.blogspot.com)

Ele se esmerou na vestimenta, com terno risca de giz e um cravo na lapela. "Mas há muito não se usa cravo na lapela, ainda mais em ternos risca de giz!", lhe disseram os seguidores de moda. "É demodê!", ficaram todos a reclamar.

Então, ele levantou os olhos tristes: "Senhores, não se deem a escarnecer de mim! Todo dia cravo no peito, cravo no peito o punhal afiado do abandono, sangro singrando mares de solidão, sentindo na carne todo escarnio, todo desprezo. Daí no peito o cravo encarnado, como a afirmar o coração que definhou. Cravo cravejado de lágrimas, quem dera a flor pulsasse em meu tórax frio. Senhores de finos panos, o cravo na lapela e o terno risca de giz é terna lembrança dela, da moça que nunca tive e a quem eu sempre quis".

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