(às meninas mimadas e seus bichinhos de não-estimação)
“Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!!!”
Assim começou a conversa da menininha e
da barata.
“!!!!!!!!!!!!!!!!!????????????”
Rebateu o inseto, em busca de fresta
para melhor argumentar.
Acuada, a menina deu seguimento à
prosa:
“Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!!!”
E pôs elementos concretos na discussão:
daí voou chinelo, caneca e caderno.
“Garota nada elegante”, pensou a barata
entre passos capengas e mal colocados.
Naquela dança, a barata avançou
resoluta – porém cambaleante – em direção à menina, que retomou diálogo:
“Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!!!”
E lançou boneca, bota e bolsa.
Faltando espaço para expressar seu
ponto de vista, a barata bateu asas sem plano de vôo definido.
E caiu no colo da menina, que não
esperou explicações:
“Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!!!”
Foi tal o desarranjo, que mesmo
escapando para lados opostos, menina e barata deram num canto só: o
guarda-roupa.
Exaustas do embate, ficaram em silêncio
até se notarem no mesmo refúgio, então:
“Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!!!”
E assim seguiu a conversa da menininha
e da barata.
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