terça-feira, 23 de outubro de 2012

O monstro trelelé ()




O MONSTRO TRELELÉ
(para Sofia)


Que monstro mais trelelé,
parece uma coisa mas não é!


 Tem orelha de elefante,
e focinho de camelo.

Ou se sente elegante
se penteia o cabelo?


Que monstro mais trelelé,
todo confuso ele é.


 Põe o pé em jacaré
e a mão em tubarão.

Ou será o pé em tubaré
e a mão em jacarão?


Que monstro mais trelelé,
coisa boa é que não é,


Tem modos de palhaço,
e sabe dança-de-salão.

Ou umas vezes dá abraço,
noutras beliscão?
 
Que monstro mais trelelé,
muito faminto ele é!


Adora rabanete
mas prefere lamber sabão.

Ou será que curte sorvete,
quando tá um calorão?


Que monstro mais trelelé,
Bem estranho ele é!


Tem lombriga,
além de bicho-de-pé.

Ou será que gosta de briga
e também de cafuné? 


Que monstro mais trelelé,
algo doido ele é! 


É todo cheiroso,
com um baita dum chulé.

Ou fica dengoso,
quando ganha picolé? 


Que monstro mais trelelé,
gosta da vida como ela é!

Da unha da formiga,
Ao chifre do rinoceronte.

Ou será que tem uma amiga
doutro lado daquela ponte?


Que monstro mais trelelé,
é bonito do jeito que é! 


Tem só um dente,
mas é muito atraente.

Ou num dia tá carente,
noutros muito contente?


Que monstro mais trelelé,
um tanto humano ele é!


Não é parente,
mas parece com a gente.

Ou será que é a gente,
só que um pouco diferente?

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