Recostado à porta do bar, indiferente ao passar dos muitos carros,
o homem se detinha consigo próprio em balbucios e lamentos. Que tantas
reprimendas lhe eram feitas por quem a si mesmo reprimia? Decerto, dava vazão
às angústias nascidas naquele que tanto afligia como tanto se estreitava. A
gestos largos se lançava o sujeito contra o outro que ali também estava. Em
conversas se perdia com o outro que ali mesmo se encontrava. Combatia ele o que
ele espelhava? Afirmava ele o que o outro lhe negava? E lá ficou o homem a
segredar ao homem o que ele muito já sabia. O que muito já sabia, mas que ele
muito renegava. E contrafeito murmurava argumentos contrários aos que o outro
tampouco objetara. Deu dois passos o sujeito e pareceu dizer a si e ao outro
que àquilo não mais se sujeitava. Doravante, a dor do outro muito pouco lhe
importava, e em passos firmes seguiu adiante. E lá foi o homem seguindo colado os
passos do homem que pensava ao longe se adiantar.
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Suuuper legal!!!
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