O mosquito, poeta e louco, apaixonou-se loucamente pela tartaruga.
Bicho de vida passageira, o mosquito lançou-se envolvente na
corte da amada: prometeu amor eterno, flores, poesia, um mundo de fantasia.
A bela tartaruga, com longa vida pela frente, achou o
mosquito muito insistente e falou que a coisa não era assim, tão de repente.
Agoniado pela demora, o mosquito viu passar sua pouca vida: dois
dias e uma hora.
Já a beira da morte, poeta que era, chorou sua tristeza murmurando: “Perduto è tutto il tempo Ch’in amor non si
spende”*
A tartaruga nunca mais conheceu paixão tão
verdadeira, e viveu 300 anos achando a vida cruel e passageira.
*
Perdido é todo o tempo que em amor não se consome. (Torquato Tasso).
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário